Desflorestação
Desflorestação é o processo de desaparecimento de massas florestais,
fundamentalmente causada pela actividade humana. A desflorestação é directamente causada
pela acção do homem sobre a natureza, principalmente devido à destruição de florestas para a
obtenção de solo para cultivos agrícolas e pela extracção da indústria madeireira.
Uma consequência da desflorestação é o desaparecimento de absorventes de dióxido de
carbono, reduzindo-se a capacidade do meio ambiente em absorver as enormes quantidades
deste causador do efeito estufa, e agravando o problema do aquecimento global.
Reflorestamento
Para tentar conter o avanço do aquecimento global diversos organismos internacionais
propõem o reflorestamento, porém essa medida é apenas parcialmente aceita pelos ecologistas,
pois estes acreditam que a recuperação da área desmatada não pode apenas levar em conta
apenas à eliminação do dióxido de carbono, mas também a biodiversidade de toda a região.
O reflorestamento é, no melhor dos casos, um conjunto de árvores situadas segundo
uma separação definida artificialmente, entre as quais surge uma vegetação herbácea ou
arbustiva que não costuma parecer na floresta natural. No pior dos casos, se plantam árvores
não nativas e que em certas ocasiões danificam o substrato, como ocorre em muitas plantações
de pinheiro ou eucalipto.
Segundo as estatísticas, 17 milhões de hectares (170000km² - uma área superior à da
Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, quando combinada) de floresta são destruídos
anualmente. Na década de 80, os índices anuais de desflorestação foram na ordem dos 1,2% na
Ásia e no Pacifico, 0,8% na América Latina e 0,7% em África. As florestas mantêm-se geralmente
estáveis na Europa e na América do Norte, embora haja controvérsia em relação ao alto índice
de transição das espécies nativas para outras espécies de crescimento mais rápido. Hoje em dia,
as percentagens de floresta virgem na Europa são virtualmente nulas, e são extremamente
reduzidas na América do Norte.
A Desflorestação deve ser distinguida da degradação florestal, que consiste na redução
da qualidade das florestas, que se lhe encontra associada. Juntas, têm resultados devastadores:
erosão dos solos e destabilização das bacias hidrográficas, resultando em secas e inundações.
Adesflorestação das florestas tropicais resulta também na redução da biodiversidade e, visto
que as florestas desempenham um importante papel na remoção do Dióxido de Carbono, a
Desflorestação resulta ainda no aumento do efeito de estufa.
Modos de Desflorestação
A Desflorestação por abate e queima (slash & burn) representa 45% da Desflorestação
em África e no sudeste Asiático em 1980. A queima destas enormes porções de floresta
liberta enormes quantidades de dióxido de carbono, o que vem aumentar enormemente
o efeito de estufa. É praticada por agricultores de pequena escala e os seus resultados
após alguns anos de cultivo, os solos deixam de suportar culturas, além das ervas
bravias, e os terrenos são pura e simplesmente abandonados, mudando os agricultores
para novas florestas.
A desflorestação para colheita de madeira é uma significativa fonte de Desflorestação
no sudeste Asiático e, até perto de 1990, na África ocidental. Muitas das vezes, esta
"colheita" danifica mais madeira do que extrai. Os extractores de madeira no noroeste
do Pacífico da América do Norte e na Sibéria substituem, muitas vezes, as árvores
abatidas por novas plantações, ou deixam a área para que se regenere naturalmente. Infelizmente, a erosão e degradação dos solos ocorre enquanto a área não recupera
totalmente. Este vale da Costa Rica está a sofrer de erosão do solo, como consequencia
da perda do suporte fornecido pelas árvores. Caso o processo continue, esta região
poderá eventualmente assemelhar-se a um deserto.
A "libertação" dos solos para agricultura instalada, em solos inférteis, resulta apenas em
ganhos a curto prazo. Contudo, o abate bem planeado tem produzido lucros
sustentáveis, como plantações da borracha e de óleo de palma, que mantêm uma
estrutura semelhante à de uma floresta, ajudando à conservação do solo e da água, da
qual é exemplo esta plantação de árvores-da-borracha em Gana, que, embora preserve a
integridade do solo, reduz inevitavelmente a biodiversidade local.
A "libertação" para plantação de florestas mais produtivas, em termos de quantidade de
madeira produzida, tem sido muito significativa na Ásia e na América do Sul, embora
os florestadores, hoje em dia, tenham alguma consciência das deficiências ambientais
que advêm desta florestação apressada, onde a totalidade da extensão florestal é
composta pela mesma espécie de arvore, onde todas têm a mesma idade, não
conseguindo reproduzir o ecossistema proporcionado por uma floresta diversificada
com indivíduos de várias idades. As vantagens deste processo de desflorestação /
florestação são puramente económicas, visto que a madeira produzida tem toda
aproximadamente a mesma idade e diâmetro, o que a torna fácil de colher, utilizando
maquinaria apropriada. As desvantagens incluem a eliminação das florestas virgens de
espécies nativas e dos habitats que estas proporcionavam a diversas espécies animais,
erosão em excesso, para além de tornarem a paisagem desatractiva.
O desimpedimento para pastagens foi a maior causa de desflorestação, nas décadas de
70 e 80, nas florestas do Brasil e da América Central, motivada pelo patrocínio
governamental para a criação de ranchos produtores de gado. As queimadas regulares
para manutenção das pastagens é muito frequente em África.
O abate para madeira combustível (carvão vegetal) é um problema nas áreas secas de
África, dos Himalaias e dos Andes.
O desimpedimento de vastas áreas para colonização, mineração e exploração de óleo
têm importância local, na Indonésia e no Brasil onde, até recentemente, o governo
colocava os excessos populacionais dos grandes centros nas florestas, para que aí se
instalassem.
O desimpedimento de áreas para construção de estradas e barragens resulta
directamente na desflorestação.
Muitas das vezes, vários agentes de desflorestação ocorrem sequencialmente: o
desenvolvimento de estradas encoraja a exploração da madeira, o que proporciona
espaços para colonização da floresta para plantações agrícolas, bem como produção de
madeira combustível (carvão vegetal). Cerca de metade do total de florestas tropicais
desvastadas são eventualmente utilizadas para cultivo.
Causas da Desflorestação
1. Desbaste comercial - Realizado através de maquinaria pesada que para além de destruir
a flora provoca a compactação do solo.
2. Agricultura intensiva - A agricultura nos terrenos desflorestados é incompensadora
pois ao fim de 6/7 anos os solos encontram-se inférteis; isto porque não houve descanso
destes e as plantações efectuadas eram monoculturas que na maioria dos casos eram
financiadas pelo estado.
· São mais susceptíveis de apanharem doenças;
· Desgastam mais o solo;
· Destroem o habitat natural dos animais.3. Conversão dos solos em pastagens para manadas de gado
Há incentivos governamentais de conversão da floresta em pastagens e em ranchos
para manadas de gado (ocupando áreas queimadas que foram recuperadas
naturalmente por vegetação rasteira), e criação de vastas explorações agrícolas.
4. Exploração de minas, de pedreiras e de petróleo - Para além de destruírem a zona onde
estão implantadas contaminam os solos e a água com produtos tóxicos.
5. Construção de barragens, túneis e estradas - Vai encorajar a exploração de madeira e a
colonização da "floresta" (® deslocação da população)
6. Economia / política dos países - Para as nações tropicais a madeira é uma importante
fonte de capital estrangeiro. São os países desenvolvidos que em parte obrigam ao abate
das florestas uma vez que são eles que mais precisam de matéria prima. As florestas
tropicais localizam-se, na maior parte das vezes, em países com grandes diferenças
sociais e com dívidas externas.
7. Poluição - As chuvas ácidas vão "queimar" as árvores e destruir os solos.
8. Causas Naturais - Podemos destacar os fogos, as doenças e os ciclones; mas estas causas
são mínimas comparadas com as provocadas pelo Homem.
Consequências da desflorestação
1. Redução da biodiversidade - A biodiversidade é responsável pela variedade de genes
existentes no mundo; estes são necessários para produção de medicamentos, alimentos
e outros produtos ® são recursos biológicos. Calcula-se que 30 espécies desaparecem
por dia na Amazónia. Para termos uma pequena ideia basta pensarmos que numa única
árvore podemos encontrar 43 espécies de formigas.
2. Desaparecimento de culturas - Ao entrarem em contacto com outros povos os Índios
perdem hábitos importantes que os têm acompanhado desde sempre.
Muitos Índios morreram devido à escravatura, a convulsões sociais e a doenças trazidas
pelo homem branco (muitas das quais, como o beribéri, encontravam-se oficialmente
erradicadas).
3. Infertilidade do solo - Com a desflorestação os solos ficam desprotegidos do vento e das
chuvas (erosão do solo) o que provoca o arrastamento de minerais para outros locais.
Devido à agricultura intensiva.
4. Redução dos níveis de
5. Descontrolo do clima
· Ocorrência de inundações e de secas
· Devido ao grande volume de nuvens que gera pensa-se que as florestas têm um papel
primordial na distribuição do aquecimento solar em todo o globo
· Provocado pela alteração dos mecanismos pelos quais o calor é transferido para as
elevadas latitudes.
6. Diminuição de oxigénio; aumento de dióxido de carbono
De acordo com a última avaliação de recursos florestais da FAO (FRA 2010), perdem-se anualmente 16 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 1,7 vezes a área de Portugal. Traduzida em emissões de gases com efeito de estufa, estima-se que esta perda de carbono florestal contribua com cerca de 18% das emissões mundiais.
http://defaultent.comuv.com/Desflorestacao.pdf
http://defaultent.comuv.com/Desflorestacao.pdf
http://internacional.clima.pt/pos-2012/temas-LCA/mitigacao/redd